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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A cerca de grafenos e prêmio Noble


Andre Geim e Kostya Novoselov foram agraciados com o Prêmio Nobel 2010 de Física com experiências bidimensionais inovadoras sobre o grafeno. O anúncio veio depois de apenas seis anos de sua primeira publicação sobre este material. Durante este tempo, porém, o interesse nesta única camada de grafite tem aumentado exponencialmente, e resultou em mais de 5.000 trabalhos até agora.

As propriedades eletrônicas únicas têm sido sem dúvida o aspecto mais intrigante do grafeno desde as primeiras experiências que foram relatadas. Para citar apenas o mais óbvio, os elétrons nesse material se comportam como férmions de Dirac sem massa, e com excepcionalmente alta mobilidade que permite a observação de fenômenos quânticos para a temperatura ambiente. Recentemente, foi demonstrado que campos magnéticos de até 300 T em grafenos. Mas é a combinação de tais propriedades com a alta resistência, flexibilidade e potencial de modificação química que tem suscitado enorme interesse nos grafenos.

Vaidades e reconhecimento
O anúncio do Prêmio Nobel é muitas vezes cercada de polêmica. Para citar apenas alguns casos recentes, muitos teriam considerado adequado para Stuart Parkin para dividir o prêmio de 2007 em Física com Albert Fert e Peter Grünberg pela sua contribuição para o desenvolvimento de aplicações da magnetorresistência gigante. Sem mencionar o fato de que a lista de candidatos aprovados para o desenvolvimento da matriz CMK (de Cabibbo-Kobayashi-Maskawa) em 2008 não incluía Cabibbo. O grafeno não é exceção: tem sido sugerido que os antecedentes apresentados pelo Comitê Nobel continha várias imprecisões e omissões que resultaram em vista o trabalho de outros cientistas

Se o trabalho iniciado por Geim e Novoselov vai influenciar substancialmente a nossa vida quotidiana continua a ser visto. Mas sem dúvida que já influenciou maciçamente a comunidade científica e não vai parar de fazê-lo por um longo tempo.

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